terça-feira, 1 de maio de 2012

I Concurso Língua'fiada de poesias (Onde estará a rainha que a lucidez escondeu)


O certame chega em sua metade...




Caros poetas, para a próxima rodada, escrevam uma poesia homenageando o lugar onde você nasceu ou viveu ou vive (casa, bairro, cidade etc).
Os poemas devem ser enviados até 2ª feira dia 07/05, às 23:59 h.


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O poeta que vencer esta rodada ganhará um livro de poesias.
o comentarista que acertar o vencedor da rodada e chegar mais próximo da pontuação atingida (de 24 a 60 pontos)
Ganhará revistas
COQUETEL.


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Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?









   Apresentação: Paulo Acacio Ramos



a ninguém interessa mais se a rainha é louca ou se a beleza é pouca,
o que querem é perder de vista a culpa e o desgoverno, da família real,
da vida real e da inexistência, surreal, de um amor que valha a dor...


Onde estará a lucidez que a rainha escondeu


pouco importa se a rainha tem buceta, anda de bicicleta ou chupa sorvete
se é a musa da poesia de um josé, das cusquices de uma maria ou se é
página virada de uma das muitas publicações da imprensa cor de rosa...


Supus-te mágica
à tona de um rio
a flutuar etérea,
eterna e louca.


Adivinho-te trágica
perdida num bosque
adormecida a sonhar,
interminável e louca.


Ver-te-ei música
à volta dos planetas
desfeita em partículas,
quântica e orgânica,
universal e pouca...


ninguém quer ver a rainha no espelho, seus olhos vermelhos, as rosas nas
mãos da santa, as rosas nas mãos da puta, as rosas, as chagas, as rugas
e o nariz adunco da bruxa, o cabelo desgrenhado das loucas, no fundo dos
mares ou no topo dos edifícios todas as rainhas são loucas, mas, onde se
pode encontrar a rainha que a lucidez escondeu???


PAR – PT





“Beijo Partido”


(Toninho Horta)


Sabe? eu não faço fé nessa minha loucura
E digo: eu não gosto de quem me arruína em pedaços
E Deus é quem sabe de ti
E eu não mereço um beijo partido
Hoje não passa de um dia perdido no tempo
E fico longe de tudo o que sei
Não se fala mais nisso
Eu sei, eu serei pra você o que não me importa saber
Hoje não passo de um vaso quebrado no peito
E grito:
Olha o beijo partido
Onde estará a rainha
Que a lucidez escondeu, escondeu?






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Os concorrentes
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“onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”


(Andrade)


LUCIDEZ (BRANCAS)
LOUCURA (PRETAS)
(Clique na imagem
 para ampliá-la.)

Cxc4
Por amor
A loucura permite a razão
Intervir.
Livrei-te da hipócrita lucidez
Agora, sob meu domínio,
Terá vida outra vez.
Transporto-lhe, rainha
Pra mente de Dalí
Num sonho narcísico distante daqui.


Bd1 + +1-0
Sedenta loucura
Acolheu o meu cordeiro
Como quem retribui uma mesura
Clara vitória,
Eterna, a minha glória:
Xeque-mate.



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“ONDE ESTARÁ A RAINHA QUE A LUCIDEZ ESCONDEU?”



(Reyú Maôro)


ONDE encontrar o que se perdeu nos aNOS
ao longo de Manhãs, Tardes e Noites?
ESTARÁ Matilde em meus profundos ALMAZÉNS
esquecida e largada no Sul indefinível?


A RAINHA Solene de minha Tarde em tempos CHUVOSOS
QUE nos sonhos pude chamar DE MINHA,
fora esculpida por um carpinteiro de sonetos
que fez germinar em mim sementes valiosas.

 A marca dos ‘dentes da literatura’ será eterna,
mas a musa-imagem embaçou.
A LUCIDEZ transpôs a INFÂNCIA.


apagou a silhueta nos meus ‘honrados talões’
ESCONDEU-a no tempo,
Levando seu aroma com o vento.



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“onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”


(Scott b. Coffe)


Os Valetes revistam
cada canto da casa,
cada cômodo
onde a Rainha se esconde.


Os Valetes morrem de medo.
A Rainha morre de rir.


Quando a lucidez desfizer
a brincadeira,
aí, então, a Rainha
poderá sair.



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"Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?"


(Sofia Amundsen)



tudo que é
não é na exata
medida em que é
sendo.


Onde estará a Rainha que a lucidez escondeu?


a Rainha lúdica lúcida
que escorre as oposições metafóricas


no sapo esconde-se o príncipe
que esconde-se à princesa,
onde escondem-se as Rainhas

 
escondidas no resto
do mundo


inteiro


Morto, frio
como quem dorme
há muito


estático circular
onde somos ou não


Da terra a nota musical
singrou as fúrias da certeza


e fez-se certa
à vontade de morte


a rainha cai


e raia



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“onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”


(Cachorro de Rua)


a fria lucidez que fatia as emoções
e a camisinha no prazer
a rainha imaginação sequestrada
trancada num calabouço
vendada e amordaçada
seu resgate é um sonho
solidão seu carcereiro
o amor o cavalheiro
que libertou a rainha de seu cativeiro
é festa no reino da loucura
carnaval de máscaras e pinturas
louco e quem nunca se entregou a uma aventura



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Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?



( Emanuel Ferreiro)



Oh, ela veio em vão.
Não há sentido na loucura
De viver procurando-a.


Tanto tempo perdido
Em busca de paz.
De que valeu acreditar
No fim da solidão?


O coração, desgovernado,
Mete os pés pelas mãos.
Não dê ouvidos a ele
Se por acaso o defrontar.


Só a razão deve reinar
A partir de agora.


Tudo que abril
Um dia termina.



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“onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”


(Bené)


Com toda sua majestade
Onde estará a rainha louca?


Foi encontrada morta
No chá das cinco.


A lucidez lhe deu uma nova coroa:
A de flores.



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“Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”



(Erato Poeta)



Debaixo da língua da lucidez se escondeu a loucura.
No esgueirar do dia ela se levanta,
bela e esguia para contemplar a noite
e ri do erro gramatical dos poetas,
do tema mal interpretado
que o campo vertiginoso das imagens desenha.
É ela a rainha.
A dama solitária que tece mantos para o Rosário.
A que despetala girassóis
como quem desfaz o amarelo de telas recém pintadas
ou descasca a unhas, doces laranjas de contentamento
ardendo-se no sumo do desespero.
No entorpecido existir das papoulas está escondida,
no cativeiro de sonhos, no devir de miragens.
Por detrás da cortina dos olhos da lucidez se escondeu a
loucura.
Petalada com finos cortes de cetim,
toda faceira poda, imperfeitas rosas vermelho carmim.




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“Onde Estará a Rainha que a Lucidez Escondeu?”


(Turrinha)




Nos jardins de Strauss

Desabrocham

Milagres da razão.




Na colméia órfã

Se debatem prosélitas operárias

E deslumbradas voejam

Em torno da cruz iluminada

Sob o foco de novíssimos neons.




Prenhes alvéolos

De néctar evolucionista

O materialismo apaga

Antigos archotes.




Triunfantes, por traz dos bigodes,

De mãos dadas

Darwin e Nietzsche

Sorriem enfim...



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"ONDE ESTARÁ A RAINHA QUE A LUCIDEZ ESCONDEU?"


(Annie Alexandre Guerra)


Um belo e doce poema
é escrito com esmero,
ofício dedicado
das abelhas operárias.


A geleia real, também feita por elas,
renova sempre o corpo
de quem vitaliza
a colmeia inteira de poesia.






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“ONDE ESTARÁ A RAINHA QUE A LUCIDEZ ESCONDEU?”



( J )



Eu matutava com os meus pensamentos
Dos tempos quando ainda menino
Ao redor só observava e escutava
Quando interrompia e falava
Ganhava um carão
Então falava sozinho com meus botões
Será que a planta sente dor?
Meu avô de longe me via e sorria
Com a minha agonia em tudo saber.
Intrigado, eu observava
O velho cão totó, dormia e roncava
Sonhava tremendo a pata
Na escuridão totó tinha uma boa audição
Eu sorria e me confortava.
Minha irmãzinha brincava sozinha
Tinha um amigo que só ela via
Sorria e chamava ele de rei
E ensaiava de rainha
Será que ele existia?
Meu pai..., hum, meu pai...
Ele era uma represa, quase não falava
Vivia no mundo de pouco falar
Sempre me levava para pescar
O teu silêncio eram conselhos.
Arrodiei pelo oitão
E parei próximo a cozinha
Vi minha mãe sozinha
Pelejando com o de-comer
A emoção me invade o peito
Da um nó na garganta e me faz tremer
Ao ver seus cabelos grisalhos,
Aureolando em coroa
A rainha da lucidez
um dia talvez
torne a encontrar.






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“Onde estará a lucidez que a rainha escondeu?”

(Iniko)

e das perguntas sobre o fim império
já não sei
labirintos de verdes musgos na propriedade real
não conduzem ao esconderijo que abrigou aqueles que dançavam depois da chuva

depois destas visões
não me interessa nada mais
além de saber
qual é o lugar em que nunca estive








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“onde estará a rainha que a lucidez escondeu?”

(Dante Pincelli)


hoje sou nada,

tudo me frisa frio,

tudo me foge fogo,

nem fada é-ssa-fada

carrega meu fardo
condão...


nada me afaga...


alma fraca de freio em riste.
meu poema anda triste
solidão...


o coringa sujou a canastra
real.

o rei está nu.

o valete embaralhado
em espadas,
morreu.

onde estará a rainha
que a lucidez escondeu?








20 comentários:

  1. erato poeta....e cachorro de rua....e festa no reino da loucura

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  2. A finalização do poema de Andrade, aprisionando a Rainha no quadro ‘Metamorfose de Narciso’, de Dalí, foi uma jogada e tanto - de mestre eu diria! Amo o grande artista Dalí, e poder observar, somado a isso, o desfecho da poesia junto a um outro tabuleiro, ao fundo da imagem, foi impactante e genial! Parabéns ao poeta!

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  3. Boto fé no Belíssimo poema de Erato Poeta... com 57 pontos.

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  4. Cachorro de Rua surpreende a cada rodada.
    Aposto nele com 54 pontos.

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    1. Que bom q vc encontrou ouro na sua garimpagem...agora ele e joia q reluz....vlw...bjs

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  5. ANDRADE, DESTA VEZ VOCÊ ARREBENTOU. SEU POEMA FOI MARA!

    O Amor realmente é um jogo que não dá somente para se viver de platonismo ou sublimando o tempo todo... Tem que se haver atitude, e sair da superproteção de peões, cavalos, bispos e torre, e partir para o ataque de forma estratégica e eficaz com atitudes. A saber, o amor tem suas próprias regas... Parabéns! Aposto 56


    Emanuel também vejo muito realismo em seu poema, esta rainha pra mim, seria a boa e velha paixão, que chega enlouquecida e se vai, deixando destroços. Contudo, o amor/paixão também é construído com lágrimas dores, esperança, alegria etc. Só pra testar sua solidez.
    Caso não abril e terminou, ficou ao menos o aprendizado... Parabéns! voto 54.

    Parabéns a todos.

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  6. Se se escreve em segunda pessoa, deve-se manter a escrita em segunda pessoa, se se escreve em terceira pessoa, deve manter-se a escrita em terceira pessoa... coisas como "Salvei-te para amar você!" simplesmente não existem, nem com a maior liberdade poética. Ou "Salvei-te para amar a ti!" ou "Salvei-lhe para amar você!".

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  7. Agradeço pelas apostas e pela confiança em meu poema na rodada.

    Se o comentário acima foi em relação a um dos versos finais do meu poema, só um esclarecimento: há dois momentos no poema - o jogo de xadrez e a conclusão do resultado, dito 'na voz' dos jogadores Loucura e Lucidez. Por isso a mudança temporal.

    O sacrifício da rainha é uma jogada arriscada no xadrez. A Loucura sabia que perderia o jogo, mas, mesmo assim, libertou a rainha das garras da Lucidez. Conforme comentaram acima, o amor está acima de tudo, sem regras.

    Abraços!

    Andrade

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  8. Andrade fez um trabalho de mestre com essa poesia/esquema/jogo/imagem, simplesmente demais
    voto nele com 57 pontos

    Esse titulo não era fácil, mas os poetas souberam tratá-lo de maneiras singularmente especiais! Parabéns!!!

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  9. Eu nada comentei sobre TEMPO verbal, meu comentário foi à questão das PESSOAS verbais...

    ..."Livrei-te (TU - 2ª pessoa) da hipócrita lucidez
    Agora, sob meu domínio,
    Terá (VOCÊ - 3ª pessoa) vida outra vez.
    Transporto-lhe (VOCÊ - 3ª pessoa) , rainha"...

    E é só um toque que visa melhorar e apoiar as escritas em geral.

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  10. Angélica dos anjos.2 de maio de 2012 às 22:51

    O tal do Dante que gosta de aparecer, como disse um anônimo num infeliz comentário de uma postagem anterior e, que o tal Dante, respondeu com maestria, merece aplausos com louvor.
    Nessa postagem acertou em cheio nas imagens que escolheu, da insanidade da rainha decadente ao surrealismo do Bosch.
    Querido, apareça sempre assim, seu trabalho é magistral, como vc sugeriu ao anônimo, eu voltei as páginas desse blog e recomendo que todos façam o mesmo.
    Trabalho de poeta maior.
    Apaixonei-me por seus hai cais e as poesias mais delicadas que já li: sobre ser pai, sobre o seu quintal, um conto que me fez sentir presa dentro de mim mesmo.

    Mais uma vez fica aqui a sugestão: VISITEM TODO O BLOG, VALE A PENA.


    Me casaria com o Dante só pra ter mil poesias só pra mim, a sua musa deve ser de uma felicidade extrema.


    Parabéns também aos poetas que participam desse concurso e dos que participaram do festival. Até percebi alguma semelhança entre os poetas de festival com estes aqui, mas sei que pode ser só imaginação.


    Beijos pra todos, voltarei em breve.

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  11. que indelicadeza, o dante é casado. muito bem casado. não gostaria de ler "mecasaria com o dante".

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  12. Sr Anônimo, agradeço a sua 'defesa', mas eu entendi a Angélica de outra forma. Acho que ela disse que se casaria só para ter poesias dedicadas a ela, não quis dizer que se casaria , efetivamente, comigo.
    Pelo menos é o que acho e, de mais a mais, nem nos conhecemos.
    Mas obrigado em meu nome e no da Izaura, que não tá nem ligando pra isso.

    Angélica seria um prazer te conhecer um pouco mais e fazer, ao menos uma, poesia pra vc.

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  13. Bom! Como mulher, esposa, companheira,,,,, do Dante, concordo com o Anônimo. Realmente é muito desagradável ler que alguém tem vontade de estar no meu lugar. Mas, o meu relacionamento com o meu Poeta favorito é grande e forte o suficiente para essas pequenas questões. Por isso, não se preocupem!
    Quanto ao concurso, estou adorando ler todas as poesias. Me descabelo para dar as notas. É muito complicado avaliar uma obra de arte.

    Beijos em todos
    IZAURA CAROLINA

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  14. Oi, passando por blogs descobri esse hj. Se soubesse antes também estaria participando! Que maravilha essa iniciativa, com poemas muito bem escritos e ótimos jurados, sabendo o que falam. Concordo com a maioria das coisas ditas. Vou divulgar e escrever mais aqui. beijinho.

    Aposto em Andrade com 55
    Suellen

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  15. Angélica dos Anjos (redundante, não?) de angelical não tem nada! Querendo roubar o marido dos outros (no caso o dono do blog, vejam só!). Abre teu olho Izaura, tem gente querendo seu posto de musa inspiradora.

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